Fogo.  Arco-íris.  Pavão.  Eles são todos opalas.

Notícias

LarLar / Notícias / Fogo. Arco-íris. Pavão. Eles são todos opalas.

Jun 09, 2024

Fogo. Arco-íris. Pavão. Eles são todos opalas.

Outras joias preciosas são mais valiosas. 'Mas em beleza', disse um mineiro, 'não há pedra que possa ser comparada a ela.' Héctor Montes, que dirige uma empresa familiar de opala em La Trinidad, México, detém

Outras joias preciosas são mais valiosas. 'Mas em beleza', disse um mineiro, 'não há pedra que possa ser comparada a ela.'

Héctor Montes, que dirige uma empresa familiar de opalas em La Trinidad, no México, possui diferentes tipos de opalas recém-polidas. “Não existem dois iguais”, disse ele. Crédito...Alejandro Cegarra para The New York Times

Apoiado por

Por Janelle Conaway

LA TRINIDAD, México – Héctor Montes esteve envolvido com opalas durante toda a sua vida e obteve uma concessão do governo mexicano para extrair a pedra durante 40 anos. Mas, aos 76 anos, ele disse que ainda sentia uma onda de adrenalina quando pegou uma opala bruta que tinha um brilho especialmente promissor – ele nunca sabe como ela ficará quando finalizada.

“Não existem dois iguais”, disse ele sobre as pedras que molda e lapida. Sua oficina, repleta de pedras e equipamentos lapidários, faz parte do negócio familiar de opala que ele dirige nesta comunidade de cerca de 2.500 residentes no estado central mexicano de Querétaro, uma das duas principais regiões do país onde a opala é hoje extraída.

“Fico cansado aqui, mas não fico entediado por causa da variedade de cores que temos”, disse Montes enquanto polia uma opala usando lixas cada vez mais finas. “Você está sempre ansioso para ver como cada pedra ficará.”

Apontou algumas das pedras que tinha em mãos: opalas de fogo, opalas de arco-íris, opalas de pavão, entre outras. Quanto mais cores uma opala brilha e quanto mais intensas são essas cores, maior é a qualidade, explicou Montes.

As opalas não são a pedra mais valiosa do mundo, disse ele, porque não possuem a dureza de algumas outras gemas, como os diamantes. “Mas em beleza”, acrescentou ele, “não há pedra que possa ser comparada a ela”.

Montes pegou a “febre”, como chamava sua paixão pela opala, desde cedo. Quando ele tinha 5 anos, ele passava um tempo em uma joalheria próxima, procurando no chão por pedaços de pedra que pudesse vender por alguns pesos para gastar em doces. Aos 12 anos, ele estava desenvolvendo suas habilidades lapidares – cortar, modelar e polir pedras.

Seu avô e três tios eram mineiros, e Montes herdou uma concessão para minerar uma área de 20 hectares (cerca de 50 acres) em uma colina chamada El Redentor (o Redentor). A concessão está em sua família desde 1894.

Finos veios de opala – Montes os chamou de “fios” – foram depositados aqui ao longo do tempo, à medida que a água penetrava nas rachaduras da rocha vulcânica chamada riolito. Os mineiros da região escavam pequenas minas a céu aberto para chegar aos depósitos.

Na operação de Montes, chamada Minas de Ópalo El Redentor, as equipes usam pequenas quantidades de dinamite e depois uma furadeira com compressor de ar para desalojar seções de riolito, tomando cuidado para não danificar a opala.

Depois disso, o processo é lento e artesanal, pois os trabalhadores usam cinzéis e marretas para extrair pedaços de rocha e depois quebrá-los, um por um, para ver o que tem dentro. Rochas que não contêm quantidades significativas de opala visível são jogadas em um carrinho de mão e transportadas para a superfície com uma polia.

A mineração, disse Montes, é um empreendimento imprevisível que exige persistência, perseverança e disposição para se recompor e recomeçar após o fracasso.

“Você pode encontrar a fortuna que nunca imaginou ter, mas também pode passar a vida sonhando que vai encontrá-la e nunca conseguirá”, disse ele.

Além de extrair opala, a empresa familiar oferece passeios para quem deseja visitar a mina e tentar encontrar uma pedra preciosa na crescente montanha de escombros. Os visitantes recebem martelos e cinzéis e podem guardar as pedras que encontrarem.

“Para explorar uma mina é preciso outra mina” – ou seja, outra fonte de renda, disse Fernando, filho de Montes, que chefia a operação de turismo. A mineração por si só é um sucesso ou um fracasso, explicou ele; para cada 10 toneladas de rocha removidas, a empresa poderá recuperar um quilograma (2,2 libras) de preciosas opalas de fogo.